HISTÓRICO DA CULTURA DO MARACUJA
Originária de regiões tropicais, principalmente da América
Latina, essa fruteira encontra em nossas condições ecológicas excelente
adaptação, mantendo sua produtividade mesmo em condições adversas.
É
de grande relevância a importância social da cultura do maracujá, haja
vista ser uma fruteira cultivada predominantemente em pequenos pomares,
em média de 1,0 a 4,0 hectares.
É uma cultura que tem longo período de safra, variável de oito meses no
Sudeste (dez meses no Nordeste) até doze meses no Norte, permitindo
deste modo um fluxo de renda mensal equilibrado, aspecto que contribui
para elevar o padrão
de vida em pequenas propriedades rurais de exploração familiar.
Além de se constituir numa alternativa de produção e de elevação do
nível
de renda para pequenos e médios produtores, a cultura do maracujá
proporciona aumento do emprego rural por utilizar mão-de-obra
intensivamente durando todo o ano, o que contribui para a fixação do
homem no meio rural.
O fruto, de cor amarela, forma
ovalada, apresenta aroma e acidez acentuados. É muito apreciado pela
qualidade de seu suco, bastante agradável e rico em minerais e
vitaminas,
sobretudo A e C (Tabelas 1 e 2), além de suas propriedades
farmacológicas. A maracujina, passiflorine e a calmofilase são
especialidades farmacêuticas de amplo uso como sedativo e
antiespasmódico.
http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/Maracuja/index.htmIMPORTÂNCIA ECONÔMICA
DO MARACUJA
A produção de maracujá no Brasil
passa por forte retração. Essa retração é causada pela concorrência do
suco produzido
no Equador (principal concorrente brasileiro), baixando o preço do suco
internacional e, conseqüentemente, os preços pagos aos agricultores.
Esses agricultores, por sua vez passam a investir cada vez menos nos
pomares, levando ao abandono
da atividade e ocasionando forte queda da oferta de maracujá para
indústria (MEIRELLES, 2006).O cultivo de maracujazeiro é de grande
importância para médias e pequenas propriedades rurais. O
maracujá-amarelo (Passiflora
edulis Sims. f. flavicarpa Deg.), também conhecido como maracujá-azedo,
representa aproximadamente 95% da produção nacional. Sua importância
social está no fato de que a atividade propicia em torno de seis
empregos
por hectare, sendo dois diretos e quatro indiretos, estando diretamente
associado à produção de base familiar (COSTA et al., 2005). No Brasil,
houve alta da produção e área plantada nos anos de 2007 e 2008, após
terem sofrido queda nos anos de 2005 e 2006. Em 2008, a cultura ocupou a
área de 44.363 ha, produzindo 615.196 t. A média nacional de
produtividade é considerada baixa (13,87 t /ha), quando comparada às
produtividades esperadas
ao redor de 30.000 kg ha-1 (Anuário da Agricultura Brasileira -
AGRIANUAL, 2009). Mesmo sendo uma cultura de retorno rápido do
investimento, os baixos preços pagos pelo fruto, aliados aos altos
custos de produção, têm
levado obrigatoriamente a se fazer com frequência o diagnóstico do
comportamento econômico-financeiro de cada ciclo da cultura,
principalmente quando há aplicação de novas tecnologias, como a
modificação
na condução da planta.
http://www.scielo.br/pdf/rbf/v32n4/AOP%2012310.pdfDENSIDADE E PROFUNDIDADE SEMEADURA
Você
já escolheu a semente certa para o seu cultivo? Pois bem, então é
necessário fazer a
semeadura do maracujá. O plantio tem que ser feito entre julho e
agosto, após as geadas do inverno. Nesta etapa, comece abrindo as covas
para depositar as sementes, as quais precisam ter aproximadamente 12 cm
de altura e 10 cm de largura. O espaçamento
entre os buracos deve ser de 30 cm de distância.Os maracujazeiros
crescem em formato de trepadeira, logo, precisam ter no que se apoiar.
Levando isso em consideração, o ideal é que a semeadura seja feita
próxima a cercas ou
construídas estruturas de madeira, assim, as ramagens irão crescer para
cima e saudavelmente.
ÉPOCA DE PLANTIO
O
plantio do maracujá pode ser feito em qualquer época
do ano desde que haja irrigação ou chuvas bem distribuídas. Chuvas
fortes ou prolongadas prejudicam os frutos e aumentam a incidência de
pragas e doenças. Dessa maneira, quando criado em vaso não exposto às
chuvas,
as regas devem ser constantes, com o cuidado de não encharcar a terra.
O
maracujá é uma fruta tipicamente tropical, por isso, as temperaturas
ideais para cultivo são entre de 23º C e 25° C. Ela tambémnecessita
de pelo menos 11 horas de luz por dia para estimular seu florescimento
que, dependendo da região, pode acontecer o ano todo. Se sujeita a
temperaturas abaixo de 15° C por mais de cinco horas consecutivas, a
planta perde seus botões florais
e frutos jovens. Em consequência, a taxa de sobrevivência de frutos e
seu tamanho cai. Os solos mais indicados são os areno-argilosos, ou
levemente argilosos, profundos e bem drenados. Solos sujeitos a
encharcamento durante o período
de chuvas devem ser evitados, pois favorecem a ocorrência de doenças
nas raízes.
WWW.maracuja-tem-lindas-flores-e-pode-dar-frutas-o-anos-inteiro-veja-como-cultivar.htm
Tratos Culturais
1) Tutoramento
O
tutoramento do maracujá é muito importante. Para isso, é necessário que
se faça um desbaste dos brotos, deixando apenas um, o mais vigoroso,
que constituirá
a haste principal. Esta deverá ser conduzida até o arame superior por
um tutor, que a deixará ereta. O tutor pode ser de madeira, bambu,
cordão ou barbante. Isso evita que ventos ou mesmo o próprio peso da
haste
possam quebrá-la.
2) Poda de formação
Quando
a haste principal ultrapassar o arame superior cerca de 20 cm, a ponta
deve ser cortada para quebrar a dominância apical e forçar
a brotação das gemas laterais. Assim que as gemas tiverem brotado,
devem ser escolhidos dois brotos, logo abaixo do fio de arame, que vão
formar os cordões ao longo do arame. Quando esses ramos laterais
crescerem, estes devem ser
conduzidos ao longo do fio de arame, um para a direita, outro para a
esquerda. Isso garante uma melhor circulação do ar e maior penetração de
luz, o que favorece a sanidade da planta.
3) Capina
As
plantas daninhas concorrem com a planta de maracujá por água, luz e
nutrientes, prejudicando o crescimento desta. Daí a necessidade
da capina. Nesse processo, deve-se eliminar o mato em uma faixa de
até 80 cm, de cada lado da linha de plantas. A capina pode ser feita
com o auxílio de enxadas, ou quimicamente, com o uso de herbicidas.
5) Polinização artificial
O
principal
agente polinizador natural do maracujá, no Brasil, é a mamangava, uma
abelha do gênero Xylocopa, que vive em mourões podres e nas matas.
Quando elas visitam a flor do maracujazeiro, em busca do néctar,
encostam seu dorso
nos estames onde estão os grãos de pólen. Por serem de grande porte,
conseguem alcançar o estigma de outras flores, efetuando a polinização.
PRAGAS
Pulgões
Os
pulgões (Myzus persicae e Aphis gossypii) são pequenos insetos, de
aparência delicada, que trazem sérios danos ao maracujazeiro. Eles vivem
em colônias
e transmitem, ao sugar as partes tenras das plantas, uma doença
conhecida como vírus do endurecimento dos frutos do
maracujazeiro (Passion fruit woodness virus), doença que pode arrasar
com seu pomar.
CONTROLE
As plantas com sintomas da
virose devem ser imediatamente erradicadas. Da mesma forma, deve ser
evitado o plantio, nas imediações do pomar, de espécies hospedeiras dos
pulgões, tais como: pepino, melancia,
abóbora, melão, ervilha e tomate.
Percevejos
Os percevejos
sugam a seiva de todas as partes da planta, ocasionando a queda de
botões florais e de frutos novos e o murchamento de frutos mais
desenvolvidos.
Os percevejos depositam seus ovos na face inferior das folhas, em
número de seis a nove. Já as larvas e ninfas preferem os brotos.
CONTROLE
Inicialmente,
o controle dos percevejos deve ser feito por métodos
culturais, que consistem em manter o mato roçado no interior e nas
áreas próximas à lavoura, bem como na eliminação das plantas daninhas
hospedeiras, como é o caso do Melão-de-São-Caetano. Se mesmo
assim a praga continuar presente no pomar, o controle químico poderá
ser feito por meio de pulverizações com inseticidas prescritos por um
engenheiro agrônomo.
Lagartas
As lagartas atacam o
pomar, em
períodos secos do ano, de junho a agosto, principalmente as folhas
novas. As borboletas colocam seus ovos na face inferior das folhas, de
onde saem as lagartas, que passam a comer as folhas, reduzindo a área
fotossintética, afetando a
produção. Em plantas jovens, os prejuízos podem ser maiores, porque as
lagartas podem causar desfolha total, levando-as à morte, no caso de
ataques sucessivos.
Depois de comerem as folhas, as lagartas se
transformam em pupa e, em seguida, em borboleta, que é a fase adulta.
As espécies frequentemente encontradas atacando o maracujazeiro são:
Dione juno juno, que apresenta hábito gregário, formando densas
colônias nas folhas, e Agraulis vanillae vanillae, que faz posturas
isoladas.
Leia mais:
http://www.cpt.com.br/cursos-fruticultura-agricultura/artigos/pragas-do-maracuja-controle-de-pulgoes-percevejos-e-lagartas#ixzz3kihXASoZJá
a polinização artificial é
feita pela transferência dos grãos de pólen de uma flor para outra, com
os dedos ou com o auxílio de dedeiras de feltro, no período da tarde,
entre 12 horas e 30 minutos e 18 horas, horário em que as flores estão
abertas. A polinização artificial pode ser feita nos períodos de maior
floração para se obter um maior rendimento. Recomenda-se o caminhamento
rápido do operador, passando de uma planta a outra, para misturar os
polens.
A frequência da polinização artificial deve ser de duas a três vezes
por semana.
Leia mais:
http://www.cpt.com.br/cursos-fruticultura-agricultura/artigos/maracuja-tratos-culturais#ixzz3kig5XgO0DOENÇAS
O tombamento
do maracujazeiro, ou Damping Off, é causado pelos fungos Rhyzoctonia,
Fusarium e Phytophthora. É uma doença que se caracteriza por uma lesão
na região entre as raízes e o caule do maracujazeiro, que acaba por
provocar o seu tombamento e morte. O excesso de água
na sementeira, o excesso de sombreamento e o uso de solo já contaminado
favorecem o aparecimento da doença.
CONTROLE
O controle do Damping Off se faz com o manejo correto da sementeira ou com o uso de pentacloronitrobenzeno,
para o fungo Rhizoctonia; de benomil, para o Fusarium; e de fosetyl-AL, para o Phytophthora.
Antracnose
A Antracnose ataca,
normalmente, durante o verão, quando a temperatura e a umidade estão
altas.
É causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides. Percebe-se o
ataque da doença quando surgem manchas circulares relativamente grandes,
com aspecto aquoso, frequentemente localizadas no limbo foliar.
Posteriormente,
as
manchas ficam pardacentas, surgindo, às vezes, anéis concêntricos, com
pontuações negras e salientes, devido à proliferação do fungo. Em
consequência, ocorre uma intensa desfolha da planta,
os ramos ficam com manchas descoloridas, que se transformam em cancros,
expondo o lenho e ocasionando a morte e seca dos ponteiros.
Surgem, também, manchas aquosas nos frutos do maracujazeiro, que podem evoluir tanto
para a necrose quanto para a podridão mole, o que normalmente afeta a polpa e causa a sua deterioração.
CONTROLE
O controle da Antracnose é feito por meio do uso de defensivos, como Cercobin 700 PM
e Cercobin 500 SC, prescritos por engenheiro agrônomo.
Verrugose ou Cladosporiose
A Verrugose é
uma doença causada pelo fungo Cladosporium herbarum, que ataca as
folhas, os ramos e os
frutos do maracujazeiro. A doença incide mais, quando a temperatura
está amena, em torno de 15ºC a 22ºC. As folhas ficam com manchas
circulares de 5,0 mm, principalmente as folhas mais novas, as quais,
mais tarde,
sofrem necrose e caem. Os ramos, as gavinhas e os frutos apresentam
lesões circulares e translúcidas que, depois, cobrem-se de tecido
corticoso, áspero e saliente, de cor parda, com aspecto de “verrugas”.
CONTROLE
O controle da verrugose é feito por meio do uso de defensivos, como Dacobre PM, prescrito por engenheiro agrônomo.
Septoriose
A Septoriose ataca,
normalmente, no final da época chuvosa.
As folhas do maracujazeiro apresentam manchas de aspecto aquoso,
levemente circulares, que, posteriormente, tornam-se cloróticas, com um
halo amarelado. Em consequência do ataque da doença, ocorre uma grande
desfolha da planta
e morte dos ramos ponteiros, provocando, posteriormente, um
superbrotamento.
Leia mais:
http://www.cpt.com.br/cursos-fruticultura-agricultura/artigos/doencas-do-maracuja-controle-do-damping-off-antracnose-verrugose-septoriose-e-alternariose#ixzz3kiiezIoOADUBAÇÃO
No
plantio: aplicar
na cova junto com o fertilizante fosfatado: 20L de esterco de curral
curtido, ou 5L de esterco de galinha, ou 2L de torta de mamona, mais 100
g de calcário dolomítico para cada tonelada de calcário aplicado na
calagem, mais o fertilizante
fosfatado conforme quantidade recomendada na tabela anexa. Quanto ao
fertilizante fosfatado, pode-se aplicar a metade da quantidade como
fertilizante solúvel em água e a outra metade dobrada como fosfato
natural ou termofosfato.
Por
exemplo: Pela tabela ao lado, a recomendação é de 330 g/cova de
superfosfato simples: aplica-se a metade da quantidade do supersimples
(solúvel em água), ou seja, 165 g/cova; a outra metade dobrada (165x2 =
330 g/cova) usa-se
um fosfato natural que tenha no mínimo 9% de fósforo solúvel em acido
cítrico a 2% relação 1:100. Ficaria, então, aplicado na cova: 165 g de
supersimples + 330 g de fosfato natural reativo.
Pós-plantio: usar a recomendação da tabela para Minas Gerais:
Nitrogênio (N): deve ser parcelado e aplicado aos 30 e 60 dias após o plantio.
Potássio
(K): deve ser aplicado 90 e 120 dias após o plantio.
Adubação de
frutificação: na tabela abaixo estão as recomendações de fertilizantes
NPK simples para serem aplicados nos meses
de novembro, janeiro e março, nos primeiro e segundo anos e de
conformidade com a análise do solo. As quantidades estão expressas em
g/cova.
http://www.cpt.com.br/cursos-fruticultura-agricultura/artigos/doencas-do-maracuja-controle-do-damping-off-antracnose-verrugose-septoriose-e-alternariose#ixzz3kiiezIoOhttp://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/Maracuja/index.htm4) Irrigação
As
plantas não podem ficar estressadas pela falta de água,
caso contrário há uma diminuição acentuada na produção. Nas regiões
produtoras, onde predominam temperaturas mais elevadas, a lâmina ideal é
de 1.200 mm bem distribuídos ao longo do ano.
pra irrigar a planta podem ser utilizados o sistema de aspersão
convencional sobre copa, o pivô central, os sulcos, a microaspersão e o
gotejamento.
Atualmente, os sistemas
de irrigação localizada,
como o gotejamento e a microaspersão, têm sido preferidos, pois
permitem a aplicação da água em apenas uma fração da superfície do solo,
pequenas vazões e alta frequência de aplicação,
economizando água e, ao mesmo tempo, permitindo manter a umidade
próxima à capacidade de campo. Além disso, permite fazer a
fertirrigação, ou seja, a aplicação de adubos via água de irrigação.
5) Polinização artificial
O
principal agente polinizador natural do maracujá, no Brasil, é a
mamangava, uma abelha do gênero Xylocopa, que vive em mourões
podres e nas matas. Quando elas visitam a flor do maracujazeiro, em
busca do néctar, encostam seu dorso nos estames onde estão os grãos de
pólen. Por serem de grande porte, conseguem alcançar o estigma de outras
flores, efetuando
a polinização.
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