sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Tipos de Enxertia


Exemplos de Enxertia


 


 


 


Como são feitos os enxertos de plantas?


 


O enxerto é a união do tecido de duas plantas diferentes e pode ser feito de várias maneiras


 

GARFAGEM

O princípio básico da enxertia por garfagem é fazer com que o câmbio do cavalo (planta que vai servir de base) e o câmbio do garfo fiquem em contacto (o câmbio é uma camada vegetal que fica abaixo da casca propriamente dita).  O segredo é conseguir um garfo de diâmetro igual ao do cavalo. Se você conseguir isto as chances de seu enxerto dar certo são bem maiores. Se o seu garfo tem diâmetro diferente do  cavalo, alinhe um dos lados e esqueça o outro. Neste caso suas chances já perdem 50%.
Escolhida a planta base lembre que só se enxertam plantas da mesma família botânica, por exemplo: os cítricos (laranjas etc.)

a)  O garfo (a parte que vai ser enxertada) deve ser escolhido com cuidado, nem muito novo e nem muito velho. Consistência média.g)   Introduza o garfo no cavalo, como a foto ao lado.
 
 
 
b) Após coletado o garfo. 
 
 
 
c)  Faz-se uma incisão em formado de cunha.
 
 

 
d)  Toma-se o cavalo
 

e)   Secciona-se  o cavalo como mostra a foto 6. Evite cortá-lo muito alto.      Obs.:O diametro ideal para um enxerto de garfagem é o de uma caneta bic. Com a prática a gente consegue enxertar mudas bem fininhas, todavia as grossas  só serão possíveis de diverem o lenho mole para o corte.
 
f)  Corta–se o cavalo como mostra a figura. Utilize ferramenta bem afiada e limpa de impurezas.
 
g)   Introduza o garfo no cavalo, como a foto ao lado.
h)  Após introduzido alinhe bem as laterais. A extremidade do corte fica um pouquinho para fora do topo do cavalo. Amarre com gominhas ou com fitilho plástico. Obs.:  os fitilhos devem ser cortados de preferência de sacolas de melhor qualidade, pois o plástico deve ser fino e resistente. Uma boa maneira de se cortar o fitilho é abrir a sacola e grampeá-la em uma madeira, aí usá-se uma régua (de preferência metálica) e um estilete. A largura ideal do fitilho é de 0,8 cm.
i)   Impermeabilize a área enxertada com pasta cicatrizante.  (foto 9) Neste caso foi usado o mastigue, uma pasta cicatrizante cuja fórmula está descrita no fórum na seção de matérias.
 
 
j)  Amarre um saquinho plástico molhado cobrindo a área enxertada. . Isto é para que o garfo não se desidrate. Basta molhar o saquinho.  Coloque o seu enxerto na sombra. Se você dispõe de estufa, não é necessário cobrir o enxerto com saquinho plástico.
 
 
Agora é dar tempo ao tempo. Acompanhe o desenvolvimento do enxerto. Se começar a soltar brotos do garfo é sinal que o enxerto está pegando. O tempo de brotação varia de planta para planta. Mas o enxerto que não vai pegar logo o garfo começa a secar  e morre. Você pode aproveitar o cavalo para novos enxertos, é só deixá-lo brotar. Quanto os brotos começarem a surgir, retire o saquinho plástico, cortando-o aos poucos, um pedacinho por dia, para a planta aclimatizar com o ambiente. É comum surgirem brotos do cavalo. Estes devem ser retirados. Com o tempo, o cavalo não brota mais e o garfo ou clone assume a primazia no crescimento da planta. Quanto você perceber que o enxerto já está bem pego  (é só observar o amarrilho de goma ou fitilho) quando estiver “enforcando”  o cavalo. Obs.: recomendo o amarrilho com fitilho, pois não necessita de impermeabilização do enxerto. Os círculos do fitilho devem is se sobrepondo aos poucos até cobrir toda a área enxertada. Comece abaixo do corte e termine acima da parte enxertada.  O acabamento do amarrilho é simples, basta passar a ponta do fitilho dentro da volta e puxar para apertar, daí corta-se o fitilho.
Enxertia de nectarina em pêssego de nossa região. Enxerto já crescendo.

BORBULHIA

A enxertia por borbulha é outro método muito eficaz de se propagar plantas , principalmente aquelas que não respondem bem pelo método de garfagem ou encostia. Vamos exemplificar o método em um cítrico por se tratar de uma família grande de plantas, o que permite uma grande variedade de enxertos entre si. Normalmente, se usa um cavalo rústico e resistente. No presente caso, usaremos um cavalo de limão bravo (limão china), variedade muito rústica.
a) Primeiro escolha qual a variedade de cítrico que você quer nxertar. No presente caso, vamos escolher uma laranjeira de cipó, variedade difícil de conseguir, planta muito interessante para bonsai, pois os seus galhos tendem sempre a crescer voltados para baixo, o que facilita a sua educação como bonsai. Além disso possui uma frutificação exuberante.
 
 
b)      Escolha a gema de um galho nem muito novo e nem muito velho. Procure galhos mais redondinhos, pois a borbulha tende a ser bem melhor do que os angulosos.

c)      Escolhido o galho, faz-se o “decote”, que consiste em escolher uma gema podando a folha pelo pecíolo. 




d)      Aguarde um período no qual a gema vai “inchar para brotar. Normalmente isto ocorre em poucos dias. Não espere a gema eclodir a brotação.
 
e)   Retire a gema com um corte em paralelo, com mais ou menos 2 mm de profundidade.  Se você quiser pode tirar o lenho da gema, ou então colocá-la   da  maneira que você a cortou.  Evite deixar que a gema receba impurezas e  utilize no corte um estilete ou canivete bem afiado e limpo.
f)      De posse do cavalo,  faz-se um corte em T  (tê) “ de cabeça para baixo” .
   g) Com a ponta do canivete ou com uma chavinha de fenda bem pequena, abra a casca do corte em T invertido e insira a gema . Procure inseri-la de cabeça para cima até ficar bem firme. A gema deve ficar acima do pecíolo. 
Obs.: Se o galho do cavalo for  muito velho, a casca não se solta e você não consegue fazer a enxertia. Neste caso, pode o cavalo e deixe surgir um novo broto . Quando o broto  estiver bom você faz a enxertia.
h) Apare o excesso em baixo, alinhando com a cabeça do tê invertido. 
 
i) Amarre com fitilho plástico,  começando em baixo deixando o “olho” da borbulha de fora do fitilho e terminando  com a ponta do fitilho  dentro da volta. Procure fazer os amarrilhos com capricho e bem apertadinho.
 
j)      Seccione o cavalo logo acima do enxerto  e cubra a parte enxertada com um saquinho plástico umedecido. Isto é para evitar a desidratação da borbulha.


Agora é aguardar. No enxerto pego, o broto vai sair do olho da borbulha e aos poucos vai crescendo, se ramificando e assumindo a primazia no crescimento da muda. Retire todos os brotos que não forem da borbulha.  Após o início da brotação da borbulha, vá retirando pedacinhos do saquinho a cada dia para os brotinhos se aclimatarem. O enxerto não pego você logo vê pelo secamente da borbulha. Normalmente se enxertam cítricos e roseiras por este método. 


ENCOSTIA

Quando as plantas não respondem bem ao enxerto por garfagem e à borbulha, você pode tentar este método. Vamos exemplificar este método escolhendo dois hibiscos de cores diferentes, para conseguirmos uma planta que produza duas cores de flores. Pode-se fazer também com primaveras para obter uma planta com cores variadas de flores.

a) Toma-se duas mudas de hibiscos, sendo uma vermelha e outra laranja. Procure escolher mudas com diâmetros compatíveis.

b) Faça um corte lateral em paralelo em cada uma delas.

c)  Ajuste os cortes um com o outro e amarre com fitilho plástico.

 
 
d) Plante as duas mudinhas juntas num mesmo vaso.
 

e) Quando o amarrilho começar a enforcar o tronquinho das plantas, retire o amarrilho e faça um outro mais frouxo.  Quando o segundo amarrilho enforcar o tronco retire o fitilho e observe se os troncos já estão soldados.
 
 

f) Escolha a variedade mais forte das duas plantas e comece a cortar a outra abaixo da encostia. Vá fazendo os cortes aos poucos a cada dia, para fazer o desmame.
 

g) Após seccionado, retire do vaso o toco da muda cortada e impermeabilize a área  com pasta cicatrizante.



Agora é aguardar o crescimento. Como normalmente uma das plantas é mais vigorosa do que a outra, vá equilibrando o crescimento das duas com podas de correção.  Em breve você terá uma planta interessantíssima, que vai causar muita admiração. 



Métodos de produção de mudas de maracujá


A propagação do maracujazeiro em escala comercial é feita quase exclusivamente por sementes, mas pode ser realizada também por enxertia e estaquia.

A propagação de mudas por sementes é mais simples e rápida e também mais econômica, mas ela não garante as características da planta mãe, tendo uma grande variabilidade. Na propagação vegetativa (enxertia e estaquia) são garantidas as mesmas características da planta matriz, mas exige mais tempo, trabalho, tem menor aproveitamento e custo maior.



Enxertia hipocotiledonar por garfagem em maracujazeiro amarelo Fotos José Carlos Cavichioli

Mudas por sementes

Os principais cultivares de maracujá amarelo inscritos no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foram desenvolvidos pelo Instituto Agronômico, Embrapa, Viveiro Flora Brasil e Fundo Passiflora. Essas sementes estão disponíveis para o produtor. São híbridos selecionados para qualidade de fruto e produtividade.

Atualmente, as mudas de maracujá advindas de sementes são formadas por dois processos: o tradicional, em sacolas plásticas, ou em toletes. É importante utilizar sementes novas, com até seis meses de colhidas. Recomenda-se utilizar substrato industrializado, à base de casca de madeiras e vermiculita para reduzir os problemas com doenças de solo e nematoides.

É importante complementar com fontes de cálcio e fósforo via fertirrigação. São necessárias adubações de cobertura periódicas com solução de 0,05% de sulfato de amônia, 0,05% de cloreto de potássio e 0,01% de superfosfato simples. Aplica-se esta solução à base de 2 a 3 L/m2em intervalos semanais ou quinzenais, conforme o desenvolvimento desejado das mudas.

Considerando que a ocorrência do vírus do endurecimento dos frutos no maracujazeiro amarelo acarreta sérios prejuízos à cultura e que esse vírus é transmitido por pulgões, é importante que a muda seja formada em boas condições de sanidade, para não haver contaminação nessa fase, o que comprometeria a lavoura.

Assim, recomenda-se que as mudas de maracujazeiro sejam adquiridas de viveiros que utilizam a produção em estufas fechadas com tela antiafídeo e de preferência de viveiristas registrados no MAPA.



Enraizamento das estacas

As estacas para propagação do maracujazeiro devem ser retiradas de plantas-matrizes com características altamente desejáveis. Deve-se, então, retirar estacas de várias plantas, todas produtivas, uniformes e com qualidade de fruto. Em regiões onde há problemas com o vírus do endurecimento dos frutos não se deve retirar estacas de plantas no campo, com o risco de estar levando material doente para o viveiro.

Na estaquia, utiliza-se a parte intermediária dos ramos, seccionando-se estacas com três a quatro gemas e uma folha na parte superior, no início da brotação primaveril. Metade da área foliar deve ser removida para evitar excesso de perda de água por transpiração. As estacas são enterradas 2/3 do seu comprimento em areia grossa lavada.

Depois do enraizamento das estacas, por volta do 20° ao 30° dia após o seu enterrio no substrato, elas devem ser transferidas para recipientes contendo substrato convencional para a formação das mudas.



Tipos de enxertia

A enxertia mais utilizada no maracujazeiro é a de garagem fenda cheia. Podemos utilizar dois tipos: a hipocotiledonar e a convencional. A diferença básica entre estes dois tipos de enxertia está na idade da planta em que a prática é realizada.

A enxertia hipocotiledonar é realizada em plantas com aproximadamente 25 dias de germinadas. Decepam-se os portas-enxerto (cavalos) abaixo dos cotilédones, abrindo-se uma fenda longitudinal com cerca de 1,0 cm. Procede-se então à retirada dos garfos, decepando-se as plântulas doadoras abaixo dos cotilédones, fazendo-se uma cunha em bisel duplo de forma a expor os tecidos do câmbio, utilizando-se, para isso, de uma lâmina de platina bem afiada do tipo lâmina de barbear.


 

 
 


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